terça-feira, 15 de setembro de 2009

Louçã viajou de comboio em defesa do passe social até ao Entroncamento

Francisco Louçã apanhou ontem o comboio em Santarém com destino ao Entroncamento, num gesto de solidariedade com as largas centenas de pessoas que diariamente usam este meio de transporte para Lisboa sem direito a passe social.

À porta da estação, um cartaz justificava a acção de campanha de hoje ao sublinhar que, em seis anos, o preço da assinatura mensal para quem viaja diariamente entre o Entroncamento e Lisboa aumentou 55 por cento -- de 107,21 euros em 2003 para 166,4 euros em 2009 -, num crescimento médio de 8,5 por cento ao ano.

"Se juntarmos a esta assinatura o passe da Grande Lisboa o aumento foi de cerca de 82 por cento", acrescenta o cartaz, colocado sobre um fundo vermelho com as siglas do Bloco de Esquerda.

BE defende passe social até ao Entroncamento
Helena Pinto, deputada do BE que conhece bem esta realidade, considera o alargamento do passe social até ao Entroncamento uma "questão de justiça elementar para centenas e centenas de pessoas que todos os dias se deslocam desta região do país para Lisboa".

"Esta região fica a uma hora de distância de Lisboa, exactamente o mesmo tempo de percurso doutros locais que são abrangidos pelo passe social", sublinhou, frisando que "só há uma aposta séria na ferrovia se os preços forem compatíveis com isso e a questão do passe social é fulcral porque corresponde a uma necessidade desta população".
Helena Pinto lamentou que a proposta apresentada pelo BE no Parlamento durante a última legislatura tenha sido "chumbada pelo PS", mas garantiu que o seu partido vai "manter esta luta até que se consiga o alargamento do passe social".


“Façam as contas, todos os PPR perderam dinheiro todos os anos”
Num comício-festa realizado no Entroncamento com mais de 350 pessoas, intervieram Carlos Matias, Helena Pinto, José Gusmão, cabeça de lista do Bloco de Esquerda no círculo de Santarém, e Francisco Louçã, que desafiou as pessoas que têm PPR a verificarem os relatórios de contas dos seus PPR, para confirmarem que perderam dinheiro todos os anos.
Francisco Louçã voltou a intervir sobre a posição do Bloco contra os benefícios fiscais aos PPR's, respondendo a Sócrates, "o arauto" dos benefícios fiscais aos PPR's.

"Eu não quero deixar nenhuma dúvida, e se alguém quer tirar as teimas é muito simples, porque eu sei que aqui estão pessoas que têm PPR's e um milhão de portugueses têm PPR's", disse Louçã, que pegando num exemplar do Jornal de Negócios desta Segunda feira destacou o título: "Investidores em PPR's perderam dinheiro nos últimos seis anos".

Deu a seguir como exemplo o caso do "Santander Poupança Premium", em que as pessoas perdiam 25% por ano e que a seguir o banco substituiu pelo "Santander Poupança Segura", em que as pessoas passaram a perder 5% por ano, mas perderam sempre.
"Quando as acções baixam, as pessoas perdem nos seus PPR's porque as acções baixaram. Quando as acções sobem os bancos cobram comissões e a comissão é tão elevada que o resultado para as pessoas é negativo", destacou Louçã, acrescentando que "qualquer depósito a prazo razoável rendia muito mais que um PPR".

Louçã referiu em seguida que "com os benefícios fiscais aos PPR's todas as pessoas estão a pagar alguma coisa para as pessoas que têm PPR's serem enganadas pelos bancos" e concluiu considerando que Sócrates não gosta de contas certas, "porque ele não gosta de ser confrontado com a realidade, ele acha que a publicidade dos bancos é suficiente para fazer uma economia florescente, é claro, os bancos ganham 6 milhões de euros por dia".

Por fim, Louçã denunciou a maior evasão fiscal, que une Sócrates e Manuela Ferreira Leite: "o off-shore da Madeira", onde o Estado perde 1.796 milhões de euros por ano.
Antes da intervenção de Francisco Louçã, actuou o grupo musical Kaja Bucalho e intervieram Carlos Matias, vereador e cabeça de lista do Bloco à Câmara do Entroncamento, Helena Pinto, que defendeu a ferrovia, um "plano nacional ferroviário" e "preços baratos na ferrovia" e José Gusmão, que falou dos graves problemas do distrito de Santarém, nomeadamente na saúde em que o distrito tem menos de metade da média nacional de médicos por habitante, e defendeu o investimento público no Serviço Nacional de Saúde.
Pode escutar aqui parte das intervenções de José Gusmão e Francisco Louçã (1) e (2).

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